Edifício Avenida Central – Meio século de inovação arquitetônica

Em comemoração aos seus 50 anos, Edifício Avenida Central ganha exposição contando sua história e de seus antecessores

Edifício Avenida Central RJ
Em substituição ao concreto armado, Avenida Central foi o primeiro edifício do Centro do Rio construído em aço, vidro e alumínio

Rio de Janeiro – Marco da arquitetura moderna brasileira, o Edifício Avenida Central, um dos mais conhecidos arranha-céus do Centro do Rio de Janeiro, completa cinquenta anos no próximo dia 22. A comemoração do aniversário teve início com a abertura, na noite do dia 09 deste mês, de uma exposição que conta a história não só do prédio de 37 andares e 110 metros de altura, mas também do Hotel Avenida e da Galeria Cruzeiro, que de 1910 a 1957 existiam no terreno onde foi construído o Avenida Central.

Organizada pelo designer Ricardo Simões, a mostra reúne 60 fotografias e reproduções de reportagens de jornais e revistas, além de um documentário. Segundo Simões, o público poderá ver não só detalhes da arquitetura do prédio e dos que o antecederam, “mas a própria evolução da área do Centro onde ele está situado, entre a Avenida Rio Branco e o Largo da Carioca”.

Idealizado pela empresária Regine Feigl e projetado pelo arquiteto Henrique Mindlin, o Avenida Central foi o primeiro prédio do Centro do Rio de Janeiro construído em uma estrutura de aço, alumínio e vidro, em substituição ao concreto armado. Outra inovação arquitetônica é a base de quatro pavimentos e subsolo sobre a qual foi erigida a torre, que abriga 1.061 salas. Com 200 lojas, a base é ocupada desde a inauguração por um centro comercial, hoje denominado Shopping Avenida Central, especializado na venda de equipamentos de informática e eletroeletrônicos.

“A ocupação de todas as unidades demorou um pouco”, conta o síndico-administrador do prédio, Rhuy Gonçalves. Ele explica que depois de algumas décadas, sem prejuízo do perfil da torre, ocupada por consultórios e escritórios, a galeria comercial acabou se firmando como pólo de informática. “Com a tecnologia, o processo de ocupação das lojas foi muito rápido, e acarretou inclusive na saída de outros tipos de estabelecimentos comerciais”, diz.

De acordo com Rhuy Gonçalves, o Avenida Central está em dia com as exigências legais de segurança contra incêndios em grandes edifícios. “Temos uma brigada de incêndio que funciona 24h por dia e o prédio sempre foi equipado com sprinklers e portas corta-fogo”. Ele recorda que o incêndio ocorrido em 21 de agosto de 2009, no depósito de manutenção de óleo, localizado no subsolo, foi controlado pelos próprios brigadistas, em meia hora, antes mesmo da chegada dos bombeiros.

Cerca de 160 mil pessoas, além das 14 mil que nele trabalham, circulam diariamente pelo prédio, que tem a seu lado, no Largo da Carioca, a mais movimentada estação de metrô do Centro da cidade. Além de clientes e funcionários das lojas, restaurantes, escritórios, consultórios médicos e dentários há os que apenas utilizam como passagem a galeria que vai do largo até a Avenida Rio Branco.

Como ponto de referência e encontro no Centro, o Edifício Avenida Central exerce o mesmo papel de sua antecessora Galeria Cruzeiro, que ocupava o térreo do Hotel Avenida. Inaugurado em 1910, cinco anos após a abertura da Avenida Central, depois Rio Branco, o hotel de cinco andares e 220 quartos foi o primeiro do Rio a oferecer aos hóspedes o conforto de um elevador.

Na galeria, além de lojas, bares e restaurantes, funcionava uma concorrida estação de bondes da Light, concessionária que também era a proprietária do prédio. Na primeira metade do século 20, a Galeria Cruzeiro foi um dos principais cenários do carnaval carioca. Os foliões saltavam fantasiados dos bondes para as mesas dos bares. Num desses bares, o Franziskaner, surgiu um dos blocos mais famosos do Rio, o Cordão da Bola Preta.

Fonte: Jornal do Brasil